Vinil Clara Nunes - Claridade (1LP capa dupla - vinil branco translúcido)
Claridade – Clara Nunes (Odeon, 1975)
A consagração popular de Clara Nunes veio em 1975 com o LP ‘Claridade’. Graças ao seu enorme talento e à guinada estética-musical idealizada pelo radialista e produtor musical Adelzon Alves, a cantora mineira viu sua carreira progressivamente deslanchar no início da década de 1970, quando trocou boleros e um romantismo exacerbado pela cadência bonita do samba. Embalado pelos versos de ‘O mar serenou’ (Candeia), o álbum vendeu 600 mil cópias, algo inimaginável para um disco de samba, para uma cantora e, sobretudo, para um disco de samba de uma cantora. O sincretismo religioso, traço que foi se tornando cada vez mais marcante na carreira e na vida de Clara, rendeu outro estrondoso sucesso, ‘A deusa dos orixás’, de Toninho Nascimento e Romildo Bastos, autores do hit anterior, ‘Conto de areia’. O futuro clássico da música popular brasileira, ‘Juízo final’ (Nelson Cavaquinho/ Élcio Soares), ganhou sua mais bela versão. Graciosa, Clara ilumina ‘Ninguém tem que achar ruim’, samba amaxixado do pioneiro Ismael Silva, e ousa dando voz à malandragem carioca de ‘Bafo de boca’ (Paulo César Pinheiro/ João Nogueira). Da Portela, escola que soube recebê-la tão bem, vem ‘Sofrimento de quem ama’ (Alberto Lonato) e ‘Vai amor’ (Monarco Walter/ Rosa), além do tristíssimo ‘O último bloco’, outro samba de Candeia. As igualmente belas ‘Valsa do realejo’ (Paulo César Pinheiro/ Guinga) e ‘Que sejas bem feliz’ (Cartola) também merecem destaque. A expressiva e inédita vendagem de ‘Claridade’ foi um marco na história da música popular brasileira, contribuindo para o reconhecimento das cantoras de samba.
Repertório do LP:
Lado A:
A1. O mar serenou (Candeia)
A2. Sofrimento de quem ama (Alberto Lonato)
A3. A deusa dos orixás (Toninho/ Romildo)
A4. Juízo final (Élcio Soares/ Nelson Cavaquinho)
A5. Tudo é ilusão (Anibal Silva/ Eden Silva/ Raul Moreno)
A6. Valsa do realejo (Paulo Cesar Pinheiro/ Guinga)
Lado B:
B1. Bafo de boca (Paulo Cesar Pinheiro/ Joao Nogueira)
B2. O último bloco (Candeia)
B3. Ninguém tem que achar ruim (Ismael Silva)
B4. Às vezes faz bem chorar (Ivor Lancellotti)
B5. Vai amor (Walter Rosa/ Monarco)
B6. Que sejas bem feliz (Cartola)